Marcelo Alves
domingo, 29 de junho de 2014
Meus sonhos
Na
noite que sonhei com teus lábios, pude sentir a maciez pura e
infindável do leve toque, eles partiam de minhas extremidades em direção
a nuca! O som, a imagem, o toque! começou por beijar-me vagarosamente a
face em seguida a nuca. Ah! O calor das mãos... como pudera eu esquecer
da noite que nos sentimos,nos amamos,nos fundimos? Não éramos apenas
dois, e sim uma multidão se sonhos,desejos,volúpias,insani dades!
Sentimento mais que conflituoso que me feriu a derme,feriu-me a alma,
feriu-me e se foi... E tão cedo partistes, mesmo antes que nosso amor se
concretizasse! E nestes melancólicos versos confesso: Tudo não passou
de um sonho, o amor era só meu e assim platônico se desfez!
Marcelo Alves
Marcelo Alves
Menino na praça
De longe observava aquele menino sentado no
banco da praça, calado,cabisbaixo,sofrido! Seu olhar estava voltado para
o solo, seu coração certamente fechado e machucado! Fitei-o por alguns
minutos, na expectativa de um gesto , um movimento mínimo que fosse, mas
que pudesse expressar vida! A multidão acelerada corria sem
destino,vítimas do círculo capitalista. Ninguém viu o menino, ninguém
perguntou o que sentia, ou o que fazia ali estático, desamparado, sem família,
sem carinho, sem comida! Todos voltados para os seus próprios passos! A sua
própria vida, a sua própria e mesquinha existência! Pouco distante dali
um cachorro fuçava os restos de lixo, e para sua alegria encontrara um pedaço de
pão, alegria percebida pelo abanar do rabo, o cachorro abocanhou o pão e
correu talvez em busca de um lugar para que pudesse comer em paz,
saciar sua fome.
O anjo canino atravessou a praça também inerte a todos os olhares, seguia seu instinto a fome era tamanha... Até que deparou-se com o menino, largou o pão sobre o chão, e olhou-o com ternura, o desamparado ainda cabisbaixo não percebeu a presença do cão, este debruçou-se sobre as patas e lá ficou diante do menino por longos dois minutos, também a observá-lo, abanou o rabo, latiu, rosnou como se quisesse fazer graça,nada despertava a atenção do garoto. E de repente como se lhe viesse à mente a fome do pequeno rapaz, abocanhou novamente o pão, mas desta vez soltou-lhe sobre o colo... Eu já com lágrimas nos olhos via de longe aquela cena, e foi como se nada mais existisse, como se nada mais tivesse importância... Com o gesto, aquele que antes estava mudo para vida, deixou rolar uma lágrima que foi de encontro ao pão! O menino sorriu,acariciou o cão e partiu ao meio o pão duro! Comia como se fosse um banquete, deliciavam-se o menino e o cão! E no alto vi as nuvens chorarem de emoção, certas de que ali nascera uma grande amizade, os companheiros tornariam-se os melhores amigos! Profundamente comovido e fragilizado senti a presença de Deus. Tudo aconteceu bem diante de todos, mas estavam ocupados demais pra parar, ocupados demais para olhar o próximo...
O anjo canino atravessou a praça também inerte a todos os olhares, seguia seu instinto a fome era tamanha... Até que deparou-se com o menino, largou o pão sobre o chão, e olhou-o com ternura, o desamparado ainda cabisbaixo não percebeu a presença do cão, este debruçou-se sobre as patas e lá ficou diante do menino por longos dois minutos, também a observá-lo, abanou o rabo, latiu, rosnou como se quisesse fazer graça,nada despertava a atenção do garoto. E de repente como se lhe viesse à mente a fome do pequeno rapaz, abocanhou novamente o pão, mas desta vez soltou-lhe sobre o colo... Eu já com lágrimas nos olhos via de longe aquela cena, e foi como se nada mais existisse, como se nada mais tivesse importância... Com o gesto, aquele que antes estava mudo para vida, deixou rolar uma lágrima que foi de encontro ao pão! O menino sorriu,acariciou o cão e partiu ao meio o pão duro! Comia como se fosse um banquete, deliciavam-se o menino e o cão! E no alto vi as nuvens chorarem de emoção, certas de que ali nascera uma grande amizade, os companheiros tornariam-se os melhores amigos! Profundamente comovido e fragilizado senti a presença de Deus. Tudo aconteceu bem diante de todos, mas estavam ocupados demais pra parar, ocupados demais para olhar o próximo...
Marcelo Alves (29/06/2014)
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