sábado, 23 de fevereiro de 2013

Poesia


A poesia dá voz ao meu coração e dilacera minhas mágoas mais intrínsecas.
sou anjo recolhido, menino travesso que no auge de um beijo eterniza a sensação.
Poesia é luz 
Poesia é sonho
Poesia é beijo
Poesia é invasão.
Poesia é talvez.
Poesia é travessão.
E nessa inconstância, digo que te amo mais do que possa traduzir meu coração.



                                                                    (Marcelo Alves) 23/02/2013  

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A ESTRELA DO MEU TEXTO


Sentado à espera do ônibus, como sempre costumo fazer observava a fisionomia de cada um daqueles que estavam a sua espera, nada me chamava atenção naqueles rostos cansados, alguns aparentemente vindo do trabalho, outros jovens uniformizados com certeza vindo de suas escolas ou indo para elas, dois idosos e perto da calçada dezenas de pombos beliscando os pequenos grãos de comida que ali deixavam cair quem passava, em determinado momento caminhava em direção ao ponto de ônibus uma mulher de estatura magra e pálida, e agarrada a uma de suas mãos uma criança, esta comia um salgado, entretanto de onde eu estava não pude enxergar muito bem, mas creio se tratar de uma coxinha . Pois bem, por descuido a criança deixou cair em meio a valeta sua deliciosa coxinha, a mãe irritada com ocorrido deu-lhe algumas palmadas, e logo abriu-se o berreiro.
Sobretudo, caros leitores, esta criança não é a estrela deste texto, e sim, um dos idosos que citei acima. Tratava-se de uma senhora baixinha, de rosto enrugado maltratado pelo tempo, cabelos brancos, alvos como algodão; olhos quase fechados que revelavam sua origem oriental. A graciosa senhorinha carregava um carrinho de feira vazio e algumas sacolas plásticas, suas vestes eram simples; característica impar daqueles que não se importam com requintes e superficialidades.
Ao ver a coxinha caída na valeta, em meio a água, os pombos vieram todos afoitos beliscar a nova guloseima, porém logo perceberam a dificuldade. A coxinha estava em meio a poça de água o que dificultava o contato direto com o alimento, como se pensasse, um pombo andou de um lado para o outro procurando a melhor maneira para matar sua fome. Vendo essa situação embaraçosa a senhorinha se levantou do assento e foi em direção à valeta e aos pombos, e para a surpresa de todos; a boa senhora enfiou suas mãos pequeninas e enrugadas na poça lodosa e retirou a coxinha que tanto os pombos almejavam e lançou-a à calçada, fazendo a alegria das dezenas de pombos. Não demorou muito o ponto de ônibus estava repleto de pombos; neste momento se aproximava o ônibus que conduziria nossa boa velhinha ao seu destino. Ela entrou no transporte e se foi com um sorriso satisfeito no rosto, e nós que ali permanecíamos sentados, observávamos e analisávamos àquela situação tão simples que chamou à atenção de todos e mais que isso, se tornou a estrela do meu texto.

                                                          Marcelo Alves 05/02/2013