quarta-feira, 6 de julho de 2011

O amor através da lupa

Estava em casa sem muito o que fazer, então resolvi ler alguns textos na Internet, como sempre textos reflexivos sobre o amor e as suas faces, engraçado, sempre me pego no mesmo ponto, fazendo as mesmas críticas e indagações, e conclusão! nunca encontro solução alguma. Não que eu procure respostas ou um santo remédio para encontrar o amor da minha vida, isso até parece romântico!
Contos de fadas! Amores eternos! Cada coisa...
Mas não é essa ainda a questão que venho abordar, e sim, a respeito da maneira como as pessoas “românticas” agem.
Não é fazendo a linha solitária que alguém vai parar na sua frente, irá sentir peninha de você e logo virá o amor. Desista! Isso não existe.
Há ainda aqueles que se fazem de descolados, ou "não to nem ai pra ninguém", e por dentro morrendo de vontade que alguém olhe ao menos para o tênis novo que ele comprou, estes são os mais idiotas, acreditam piamente que estão abalando, mas no máximo conseguem pensamentos como: Que cara idiota! Nossa olha só aquilo, "nem se acha", ou até mesmo essa que eu adoro usar, se “impinar” mais um pouco o nariz cairá de costas... Hahahaha
Os mais engraçados são aqueles que vão para as boates e dançam como loucos olhando para todos os lados como se fossem ventiladores descontrolados, estes eu adoro, quando dançam parecem que estão em um ritual cabalístico ou realizando a dança do acasalamento.
Há os tímidos, estes são tão fofos, mas quase sempre acabam sozinhos! Oh tristeza... Mas deveriam saber que a ousadia excita e que as pessoas gostam disso, OBS: não confundir com “tagarelismo”, tenho inclusive alguns amigos que querem tanto, mais tanto chamar atenção da “vitima”, que chegam no limite da tolerância, acabam falando o que não devem. Saiba! Nunca diga aquilo que você acha por eventualidade ser o correto, ainda mais se estiver de olho na pessoa, existem verdades e verdades, seja flexível!
Sem rotulação de bonito ou feio, magro ou gordo, simpático ou amargo, careta ou liberal, satanista ou evangélico e etc...
O que todos procuram é o amor, mas esperam que ele venha numa garrafa esverdeada trazida pelo mar, escrita com os seguintes dizeres: “demorei,mas cheguei sou o amor da sua vida e não sairei mais dela!”, ora francamente, vivemos atualmente na era da solidão, uma solidão absoluta e angustiante.
Solitário andando por entre as gentes, sempre estamos com tantas pessoas, e encontramos tantas pessoas, nos trens, nos ônibus, nas ruas, nas escolas, nas Universidades, nos bares, enfim... consegue perceber, quanta gente existe no mundo?E por que a solidão? E por que imaginar que o amor não nasceu pra você? Ou ainda que não existe a pessoa ideal. Está na hora de parar com a fantasia, e enxergar oque esta à frente.
Pare de buscar a perfeição, ou se preferir crie um robô ou compre um boneco (a) inflável, esteja atento aos sentimentos, ao tato, ao cheiro, ao olhar, são essas características que nos levam a amar alguém, e não porque ela usa grifes, roupas dos mais diversos estilos e cores, não pelo carro que ela possui, ou até mesmo porque ela fala bonito, tem boa profissão! Na hora de amar estes são apenas detalhes, e outra você não irá pra cama, com as grifes, com o carro e nem com a profissão do outro. A não ser que tenha um espírito materialista mais que aflorado a ponto de se masturbar e sentir prazer sobre os objetos.E que tristeza existe “gentes” assim!
Sites de relacionamento na Internet? STOP, PLEASE! Vamos pensar juntos, alguém que busca refugio na Internet pra conhecer alguém certamente possui alguma dificuldade de se relacionar socialmente, então ela precisa desse primeiro momento para mostrar a você o que que ela deseja mostrar e somente isso, ou você acha que alguém irá dizer: Oi sou psicopata, quero matar você e chupar seus ossos, ou mesmo dizer: Oi sou um pervertido sexual, e assim que a encontrar irei estuprá-la. Posso falar com propriedade. Acreditem!!
Não faça a “Sandy” como dizem usualmente. A romântica, A meiga, isso é tão patético! Sair com alguém, e na primeira semana esperar que ela diga: Hey te amo!!
Basicamente o sexo vem primeiro, intertextualizando com a maravilhosa música da Rita Lee, sexo antes, amor depois. Trate primeiramente de ser bom de cama, depois o resto se encaixa, falando abertamente, sem pudores ou frescuras, as pessoas querem é se sentir satisfeitas, com a alma limpa, o que ocorre depois do orgasmo! Ai sim; em seguida é que vem a ternura e o cheirinho do parceiro! Hehe, a melhor parte é dormir de conchinha... É tão romântico!
Não pensem que sou um cético no amor, frio, ou amargurado, apenas costumo agir com bom senso, a solidão existe, mas depende de nós colá-la no seu devido lugar.
Não tenha medo de ser ridículo, de risada de si mesmo, dos seus defeitos, tome guaraná de colher, chupe os ossos da carne, os dedos, se lambuze comendo hot-dog; seja bem humorado, sorria e faça as pessoas sorrirem também! Um belo dia isso levará ao seu amor...

Marcelo A. 06/07/11

terça-feira, 5 de julho de 2011

Descarte

As vezes o fascinio pelo inverossimil
[me instiga

como se houvesse ali uma alivio para refugiar

essa dor que parece nunca
[ter fim
profundamente fragilizado

esqueço de mim, de minha alma

do meu ser que se faz tão pequeno
[e resumido.

Marcelo A. 04/07/11

Arte fraca

È realmente amando que podemos nos sentir capazes de cometer as maiores loucuras,

loucuras para os normais, não para nós que amamos com a infinita chama da paixão,

com o infinito desejo de se fundir ao outro, na tentativa de se transformar em
único.
É somente amando assim que sinto meus órgãos vivos e em movimento. Movimento os

quais fazem com que minha alma se descole dos meus restos mortais e fuja para as

torres de marfim, para os castelos dos desejos mais intensos.

O amor me faz sentir ao tato leve o menor grão de areia perdido em meio ao oceano

me faz delirar, perder o chão e os sentidos, me sentir criança, me sentir menino.

Amar é doar mais que sentimentos e prazeres, é fazer a alma transcender e ascender

em busca do ilusório, do concreto ; numa dualidade mais que perfeita.

A perfeição está nos olhos de quem a vê.

É assim amar a carne do homem, os teus pecados, os teus pensamentos e desejos mais

sujos saltando aos órgãos e em seguida a derme.

Definitivamente sou eu, errado, amante dos sonhos, dos desejos, do amor.

Este meu único mal que tanto me faz chorar...


Marcelo A, 04/07/11

sexta-feira, 24 de junho de 2011

NUDEZ

E foram se mostrando aos poucos seus contornos, suas formas.

Revelando na multiplicidade dos sentidos seu prazer mais absoluto.

Carne macia e pura como seda.

E foi se descobrindo!

Se encontrando!

Aspereza nas mãos, leveza nas ações; fantasiava seu prazer.

Ah curvas desenhadas, mania de perfeição.

Eu feito louco vendo de cá seus olhos negros como a escuridão.

Trajes finos! Vestido apenas com o tom claro da pele.

Joelho enrijecido e tornozelos contornados.

Ensaio de excitação!

Arte do ser e do querer bem!

Vamos nos entregar onde não haja ninguém.

E no balé de nossas almas nossos corpos se unirão

Sentindo o prazer absoluto da nudez no coração...


Marcelo Alves, 24/06/2011

domingo, 22 de maio de 2011

O Português da gente

Foi nos tempo de verão que a luz do sór abriantava os matagar,
Tinha fro, animar e gente, num amuntuado delinqüente.
Era povo do norte, do sur, do nordeste e até dos cantim do agreste.
Era tempo de muita festa, os animar brenhava os mato, as fro se abria e o dia era prerfeito.
Na casa o café ficava pronto, tinha bolo de mio, tinha leite de vaca e tinha até biscoito.
Era tempo de aligria moço, nóis era simples, nóis era humirde, nóis acordava bem de cedo ia logo busca lata d´agua na cabeça com rudia.
Esse tempo é quera bom, nem préidio, nem lagedo, nem asfaro no chão.
Mais nóis nunca precisemo esmolar por caso de pão.
Morava mamãe, papai e mariazinha, era quarto de um só. Mais nóis deitava amuntuado
E nus cruzava feito nór.
Hoje o espaço é grande, moramos em uma ótima localização no estado de São Paulo, não temos mais flores se abrindo, nem animais, nem pessoas amontoadas como nó.
Eu virei doutor, mariazinha professora, mamãe e papai se foram e com eles a saudade dos verdes campos. Livres de qualquer conceito e preconceito.


Marcelo Alves 19/02/2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

Estação de Trem

Assim como todos os dias sai do trabalho e me dirigia a universidade, um dia chato, monótono, nada de novo havia acontecido, exceto oque vou lhes contar agora.
Estava na estação a espera do trem e para passar o tempo peguei na bolsa um livro que estava lendo, enquanto lia percebi que se sentou ao meu lado uma mulher de aparência abatida, um homem com expressão pesada marcada pelo sofrimento e uma criancinha, muito meiga por sinal.
O individuo ouvia um som muito alto e repetia a letra da musica cantada, creio eu que no intuito de chamar atenção. Por um instante parou de cantar e se fez um total silencio no ar, que se quebrou espontaneamente quando o bruto começou a falar palavras de baixo calão e xingamentos destinados a sua esposa, e tudo isso gratuitamente.
Suas palavras incomodavam a todos, a esposa do individuo, coitada! Não sabia onde se esconder de tanta vergonha, mas oque mais me chamou atenção foi o individuo ter acendido um cigarro e exclamado os seguintes dizeres:
- È filha, o papai tem que fumar muito agora, enquanto pode, na cadeia o cigarro é difícil e o papai sofre muito.
Inacreditavelmente ele dizia essas palavras a uma criança que aparentava ter os seus cinco ou seis anos de idade. E o único momento que suavizava sua voz, era quando se dirigia a menina.
A mulher não dizia nada, se fazia quieta e submissa ao individuo. Quando o trem já vinha se aproximando ela foi se levantando e dizendo: vamos o trem está vindo!
Apenas estas palavras bastaram para que o asno esbravejasse suas tórridas palavras.
- quieta! Estou vendo que o trem esta vindo, não sou cego!
A mulher baixou a cabeça e respirou fundo, como se engolisse mais uma pedra.
Fiquei paralisado mediante aquela imagem, por fim o trem se aproximou e embarcamos.
Ainda no trem eu os fitava discretamente, o individuo bruto e arrogante agora brincava com sua filha com ar de outra criança. E foi assim durante todo o percurso; até que desci na estação do meu destino e me dirigi à universidade pensando nas várias faces do ser humano e sobre oque de fato somos e representamos enquanto seres...

*** CRÔNICA CONCORRENTE NO CONCURSO ESCRIBA DE CRÔNICA - PIRACICABA-SP***

Marcelo Alves dos Santos

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Intensidade II

Afinal, qual a veracidade dessa tão sonhada e idealizada intensidade? Que força maior é essa que faz com que nós sempre estejamos em busca do inalcançável, do absoluto? Qual a causa findadora para este vazio na alma humana? Este espaço oco que parece nunca ser preenchido, assim como a fome que se faz insaciável mesmo com todo o alimento do mundo. Intensidade tão solúvel e ludibrie, tão pesada e leve, tão concreta e fantasiosa. Arte essa que não compete aos “ignorantes”, a pessoas fúteis e odiosas. Essa arte sublime que faz com que sempre busquemos o novo, o belo. Neste total estado de lirismo, indago sobre todas as causas do mundo, dos sabores e dissabores, do vazio, das dores, dos amores, da vida, da morte, sobre o céu e o inferno. Ou simplesmente sobre o nada! Numa arte que se faz fraca e inatingível na sua concretização. Marcelo Alves 14/04/2011

sábado, 2 de abril de 2011

Intensidade


Na realização dos desejos mais atrelados à carne, estão nossas maiores fraquezas.

Uma manifestação pura e tão simples, que se faz capaz de ser trágica na sua totalidade.

A intensidade é o ponto inicial da busca incessante do homem pela concretização dos seus ideais. Ser intenso... Ao extremo, a ponto de ver suas mãos rasgando em sentimentos inexplicáveis, a ponto de sentir seu próprio “eu”, sua essência, seu corpo.

Nessa cadeia circular somos guiados pelos cinco sentidos que se fazem extremos.

Cheirar a pele a ponto de conseguir extrair o seu perfume mais intrínseco.

Tocar como se fosse capaz de apalpar todos os órgãos dessa caixa humana.

Ver além das aparências, do superficial, gozar na expectativa mais sublime da alma.

Sentir na boca o sabor mais amargo e o mais doce momentaneamente.

Ouvir, não como quem ouve apenas palavras, interiorizá-las e fazê-las únicas.

Junto ao extremo, ao intenso, ao mais profundo sentimento, cabe a morte solucionadora de muitos males.

Morrer... Morrer... Morrer...

Beijar até morrer,

Transar até morrer,

Gozar até morrer,

Amar até morrer,

Odiar até morrer,

Ser livre até morrer...

Ser vivo! Enquanto há vida...
Marcelo Alves 02/04/11

terça-feira, 22 de março de 2011

Paixões


Mais uma vez tudo se repete, ânsias, dores, lágrimas e sentimentos. Mais uma vez me sinto como se existisse um nó envolto em meu pescoço prestes a me degolar. Mais uma vez a perspectiva da felicidade parece se distanciar. Mais uma vez penso que a felicidade não foi feita pra mim. Mais uma vez ouço, que não é recíproco. Mais uma vez as laminas esquartejam meu coração angustiado. Mais uma vez as lágrimas escorrem como ácido sobre a minha face. Mais uma vez a vida se nega a me aceitar. Mais uma vez o mundo parece estar inconsciente. Mais uma vez a idéia da morte parece rondar meus pensamentos. Mais uma vez o ódio parece alimentar meu espírito. Mais uma vez as chamas me consomem por inteiro. Mais uma vez a rua parece vazia e escura. Mais uma vez não vejo algo bom no plano ruim. Mais uma vez entristecido. Mais uma vez choro. Mais uma vez anseio. Mais uma vez lamento. Mais uma vez sofro. Mais uma vez amo... ... Mal este que faz da criatura mais divina, o ser mais submisso e vulnerável. . Marcelo A.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ser poeta


Ser poeta é ter sensibilidade o bastante para sentir os pensamentos através do olhar. É amar o homem como se ama a si próprio É ver a vida não como um mar de rosas, mas como um possível mar de realizações. É ter dentro de si a pureza mais digna É sonhar e não ter medo de viver. É fantasiar, rir e chorar quando preciso. É sofrer e sentir cada lágrima que cai. É ter como prioridade a vida a espera da morte. É sentir o vento na alma. É deixar que a luz e até mesmo a escuridão tome o corpo. É calar e ouvir a voz que fala no intimo. É falar quando o coração palpita. Ser poeta é viver com dores Anseios. Dúvidas. Amores. Rancores. Mágoas Angustias. Melancolia. Solidão. Medo. Euforia. E morte, fim este irremediável para os amantes da poesia. Marcelo 21/02/2011