sábado, 25 de setembro de 2010

O dia que o astro falou


Ontem ouvi das estrelas que a vida segue de modo contínuo, estanque e imóvel. Que as velas dos barcos sempre sopram contra a força divina. Que as telas dos retratos são marcos e traços deixados pelo fracasso escravo. Este menino, garoto, homem que jaz em muitas terras andou, cantou, viveu... Este homem, senhor, sábio que vivi! Que ouve! Que apela! Que murmura por esse bem mais que precioso. Ontem ouvi da lua que a rua estará escura, frágil e ligeiramente delicada. Que as tuas faces cairiam e que se abririam crateras do inferno aos meus pés! Que estes índios, urbanos, sem bando voltariam. E que estariam no ímpio de ser teu plano, que vive, que sonha e que chora a morte de Deus. Ontem ouvi do sol, que a terra mãe sempre piedosa cairia e levaria consigo, teu filho... Que as mentes dos homens são poços de fuga que dão a salvação, Mas que também darão a morte! Que os fatos não justificam o tamanho dar dor! esta marcha lenta que assola o coração...Esta graça, este apelo. Ontem ouvi do mar que tudo corre no perfeito ciclo da vida! Que aqui existe um soneto, um lírio, um amor, uma dita. Que não habita este terreno vazio, visitado pela solidão. Este porto, solto, leve, livre a cantar e falar sobre como é bom voltar e ficar e estar junto aos seus. Ontem ouvi da terra que as estrelas, a lua, o sol e o mar são seus filhos. Que mesmo em suicídio obedecem às claras leis de amar. Que estar perdido não é motivo de deixar- se levar. Que mesmo em instante sofrido daqueles do coração moído se dissolva na alusão implícita que visita este corpo, este porto, pequeno, mas que abriga a imensidão das forças do sol, da lua, do mar e das estrelas... Este cometa, planeta, habitat sofrerás a queda das mais brutas. E se erguerá no instante em que Ele o criador voltar...


. Marcelo Alves 25/09/2010

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